O que que a Bahia (Eletrônica) tem? Fernanda Maia, cantora, compositora e percussionista da banda Afrocidade, responde essa pergunta no quarto episódio de The Beat Diaspora. Na cidade mais preta do mundo fora do continente africano, Salvador, ancestralidade e afrodescendência caminham lado a lado com tecnologia, inovação e contemporaneidade. É o tambor dialogando de igual pra igual com a máquina. No Pelourinho, Ladeira Curuzu, Vila Laura, Nordeste de Amarelina, Cosme de Faria, Santo Antônio e Candeal, Fernanda nos conduz por um verdadeiro quem é quem na música da Bahia, reunindo passado, presente e futuro.
Repleto de depoimentos emblemáticos – aliás, dos mais poéticos de toda a série! -, conhecemos, em “Bahia Eletrônica”, um pequeno mapa genealógico da música pop local (axé, arrocha, pagodão), como se formou a diversidade cultural baiana e como a festa não é só hedonismo: é afirmação social e de identidade. Ainda no episódio, temas como Carnaval, o trio elétrico e a reinvenção do mesmo através do Navio Pirata do BaianaSystem se cruzam com a relação entre a Bahia e Jamaica — seja via samba-reggae do Olodum, Neguinho do Samba e Mestre Jackson; seja através dos graves e dos toasts da cultura sound system. Como não poderia deixar de ser, o episódio também toca nas questões raciais, de gênero e sexualidade: a nova geração da música baiana não só está muito à frente destes enunciados como tem mudado, para o bem, uma série de paradigmas.
Direção: Bruno Zambelli
Roteiro: Joyce Prado
Direção de Fotografia: Urso Morto
Com participações de: Fernanda Maia (host), Afrocidade, Afrobapho, Allan Costa, Alana Ramos (A Dama), ÀTTOOXXÁ, DJ Mauro Telefunksoul, Eric Mazzone, Gleicy Ellen, Larissa Luz, Lunna Monty, Mahal Pita, Maurício Sacramento, Mestre Jackson, Nildinha, Nikima, Regivan Santa Bárbara, Vovô do Ilê